top of page

Já ouviste o riso de um mudo?

Sim, o riso, não aquilo que apelidam, vulgarmente, de sorriso, uma sensação de contentamento demonstrada fisicamente através de uma expressão facial, mas sim o riso, aquele som, reconhecido internacionalmente como um sinal de alegria instantânea. De um mudo, sim, indivíduo física ou psicológicamente impedido de articular palavras. O riso de um mudo é, em si só, uma vitória em dois campos de batalha. Se não imaginem só, alguém que vive diariamente  com a frustração de não conseguir comunicar convencionalmente com as pessoas que o rodeiam, sendo involuntariamente e constantemente incompreendido pelas massas, ser capaz, por um instante que seja,  de experienciar a alegria instantânea do riso, alguém que apesar de viver um amargo de insatisfação durante toda a vida, se sente completo e repleto a tal ponto que ri! Uma vitória notória, sem dúvida, mas a vitória mais visível nesta batalha, ou melhor, mais audível, é a capacidade de alguém, física ou psicológicamente impedido de articular palavras, é o som que imite, ao rir, como qualquer indivíduo totalmente capacitado.

ARTE

"Porquê línguas? Porquê ciências? Porquê matemática? Porque não artes? As mentes de hoje estão direcionadas para os cursos mais intelectuais. Estarão estes conceitos pré concebidos corretos? Não! Porquê? Sugerimos então que faça uma profunda reflexão sobre o ponto referido anteriormente e tome a sua própria posição. Olhe à sua volta, o que vê? Arte! O próprio ato de escrever é uma forma de arte, a música, a natureza, as pessoas, tu! Queremos apelar à mudança, queremos mudar as mentalidades formatadas em relação às artes! Liberta as tuas ideias. Faz a tua arte!"

By Cláudia Duarte, Vera Meneses e Sara Morais

Quem conta um conto acrescenta um ?

Os dias sem ti são tão cinzentos, os dias sem ti nem contam ou sou eu que não dou conta de os contar sem ti... O que é que eu conto? Conto que o teu bom dia era o meu café da manhã e agora, sem ele, não sei se acordo, quando acordo, não sei mais se sei acordar sem ti. Será possível alguém desaprender de acordar? Ou pior ainda, sem acordar, viver todos os dias sem dar conta de acordar? Fazes-me falta, faz-me falta o café da manhã...

Não imagino agonia maior do que a de ter de chegar ao restaurante, sem ter dado conta de acordar, e contar a gente que enfrento com um sorriso acabado de acordar, sabendo que o meu sorriso, por muitos sorrisos que cruze nunca cruzará o teu...Sim, encruzilhada, é assim que me sinto, se é que ainda há o que sentir... Sinto muito sentir que tantos que se cruzem em mim e tantos outros se descruzem de mim, sentindo que nunca mais cruzarás qualquer sentimento em mim.

Será possível que de tantos dedos que tens tu e outros tantos que eu tenho, nenhum deles se cruzem? Será possivel que de tanta vida que existe em ti e de nenhuma que se ausente em mim, a tua vida e a anulação da minha se cruzem? Nem numa pequena fração de segundos que contam, mas que eu não dou conta de que conto quando os meus olhos finalmente cruzam os teus?

Apresentação ao curso de artes da ESDJGFA

Olá a todos, eu sou a Cláudia, sou aluna do 1º ano do mestrado integrado em arquitetura da FAUP (faculdade de arquitetura da Universidade do Porto). Fiz o meu secundário aqui nesta escola tal como vocês, e vim cá dar-vos um bocadinho do meu testemunho. Desejo-vos desde já um bom ano letivo e um bom secundário, cheio de sucessos.

Deixem-me perguntar-vos uma coisa, até tenho medo de perguntar isto… Algum de vocês está a pensar seguir arquitetura? E eu explico-vos o porque disto, quando levantaram essa pergunta na minha turma, quando eu estava sentada nessas cadeiras, eu fui a única que levantei o braço.

Agora de uma forma mais geral, quantos de vocês sabe o que quer seguir?

Deixem-me dar-vos um conselho, se já sabem o que querem, informem-se do que é que é preciso para alcançarem o que querem e esforcem-se nesses pontos, podem pedir ajuda aqui na escola ou até a mim se quiserem. Se ainda não sabem o que querem, vejam os objetivos para entrar no curso de arquitetura da universidade do porto, lutem pelo objetivo maior, pela universidade mais procurada, pelo curso mais concorrido, se o conseguirem, tudo o resto será vosso e mais, o ano começa agora, a vossa média, a vossa nota de candidatura, começa a ser construída no primeiro dia do 10º ano, não adianta ter excelentes notas só no 12º, o 12º ano tem exatamente o mesmo valor do que o 10º na vossa candidatura ao ensino superior, por isso vos digo, informem-se, peçam ajuda, não esperem até ao 12º para se preocuparem com isso se não acabam como eu, a repetir um ano de uma disciplina para poder seguir o meu sonho que me foi negado por meras decimas de trabalhos atrasados, de falta de empenho, ou de falta de estudo.

Vocês são alunos de artes visuais, por isso desenham, vejam, exponham-se. Os artistas passam a vida a expor, sejam eles arquitetos ou pintores, ilustradores ou designers, por isso exponham-se, saiam juntos, em grupos ou sozinhos, saiam por aí, sentem-se e desenham tudo o que veem, feio ou bonito, desenhem o que gostam, mas sobretudo o que não gostam. O que gostam por prazer e o que não gostam por desafio ou por pura teimosia se assim preferirem, porque acreditem, na vida vão fazer e desenhar muita coisa de que não gostam ou vocês acham que eu gostava de ter desenho? E agora olhem só para mim com mais 5 anos de desenho em cima…

Estabeleçam relações com quem vos rodeia, com a comunidade, exponham-se às críticas das velhinhas que acham que têm olho para a coisa e que por incrível que pareça às vezes têm mesmo. Façam com que a vossa presença seja notada, o vosso trabalho apreciado e acima de tudo criticado, permitam-se melhorar a partir do contacto com o exterior, um artista, siga ele a profissão que seguir, está em contacto constante com tudo, com a natureza, os espaços, com as pessoas e as vozes que o preenchem. Afinal o que faço eu aqui se não isso mesmo? Por isso preencham os espaços, valorizem o que vos rodeia, a arte está por toda a parte não se esqueçam.

Espero por vocês na FAUP daqui a três aninhos, bons projetos!

bottom of page